Cinco viagens pela América do Sul

Em tempos de crise e de alta das moedas estrangeiras, fugir de qualquer destino onde você tenha que gastar em Euro ou em Dólar faz muito bem ao seu bolso, e pra quem já havia praticamente desistido de viajar nas próximas férias, a dica é dedicar um tempo para planejar e buscar roteiros alternativos. Nesse contexto, viagens pela América do Sul sempre são uma boa ideia pra gente gastar muito menos do que em outros roteiros.

Alguns pontos positivos de viajar pela América do Sul são a não exigência de visto e nem mesmo de passaporte: você pode viajar utilizando a sua carteira de identidade, desde que ela esteja bem conservada. Além disso, o nosso dinheiro é mais forte que a maioria das moedas dos países vizinhos, e é isso que nos fazer ser (ou achar que somos) mais ricos enquanto viajamos.

Bolívia

Talvez a Bolívia seja o país sul-americano onde você mais economiza durante uma viagem, mas isso não significa que você vai deixar de se divertir e de conhecer lugares especiais e uma cultura fantástica. Pra você ter uma ideia eu fiz o roteiro de três dias pelo Salar de Uyuni e gastei cerca de BOB 1.000, o que convertido em reais dá algo em torno de R$ 500, incluindo transporte, almoço e hospedagem. Essa foi uma viagem supereconômica, cheia de grandes aventuras e paisagens espetaculares. Veja todas as minhas dicas da Bolívia.

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O Salar de Uyuni.

Cinco viagens pela América do Sul

O deserto de Siloli.

Paraguai

Para chegar ao Paraguai você só precisa cruzar a fronteira em Foz do Iguaçu, no Paraná. Aqui não há burocracia, não é preciso ter visto e nem apresentar a carteira de identidade. É verdade que a maioria dos brasileiros que vem pra cá aproveita para fazer compras, mas não é só isso que o Paraguai tem a nos oferecer. Eu, por exemplo, conheci o Saltos del Monday, uma bela queda d’água que fica bem perto da tríplice fronteira. Veja todas minhas dicas do Paraguai.

Cinco viagens pela América do Sul

A Ponte da Amizade, fronteira entre Brasil e Paraguai.

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A bela cachoeira Saltos del Monday.

Uruguai

O Uruguai também está logo ali e não raramente pipocam promoções de passagens aéreas – especialmente com milhas – para a gente vir sempre à essa terra tão adorável. O Uruguai é um país simples, pacato e muito bem organizado. Montevidéu, sua capital, tem um centro histórico que é uma graça, e eu nem preciso dizer que sou apaixonado por Colonia del Sacramento, uma pérola portuguesa em terras de espanhóis. E tem também Carmelo, um destino ainda pouco explorado no país, e a famosa Punta del EsteVeja todas minhas dicas do Uruguai.

Cinco viagens pela América do Sul

O farol de Colonia del Sacramento.

Cinco viagens pela América do Sul

O famoso monumento de Punta del Este.

Chile

Quando falamos de Chile as possibilidades são enormes. Como o país tem uma geografia beneficiada por sua extensão territorial, as diferentes paisagens, climas e ecossistemas que encontramos aqui sempre agradam. Se você gosta de frio e neve, vá para a Patagônia, no Sul, e desfrute de suas paisagens. Se quiser calor e muitas aventuras, vá para o Atacama, no Norte. Os brasileiros são muito bem-vindos no Chile e eu tenho certeza que seus dias por aqui serão inesquecíveis. Veja todas minhas dicas do Chile.

Cinco viagens pela América do Sul

Patagônia: o fantástico Glaciar Pia

Cinco viagens pela América do Sul

Os pinguins da Isla Magdalena.

Colômbia

Sou muito suspeito de falar da Colômbia. Eu sou apaixonado por esse país cheio de cultura e praias lindíssimas, como as de San Andrés. As cosias aqui são tão baratas, mas tão baratas que eu escrevi um post com os preços do arquipélago. Tem também Cartagena, essa senhora bem conservada que conquista todo mundo que a conhece. Se você quer algo mais urbano, escolha Bogotá e sua vida cultural efervescente. A cidade tem mais de 50 museus, só pra você ter uma ideia. Veja todas minhas dicas da Colômbia.

Cinco viagens pela América do Sul

Ilha Acuário: ao chegar aqui você entenderá o motivo do nome.

Cinco viagens pela América do Sul

O volume se destaca nas obras de Botero.

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Pé na Estrada

Baz Bus, uma forma fácil de mochilar pela África do Sul

Da janela do ônibus nós observávamos as montanhas de Cape Town, a última parada da viagem. O motorista, já acostumado com a beleza daquele trecho, acrescentou emoção ao momento ao colocar no rádio músicas típicas da cidade maravilhosa da África do Sul. Ninguém teve motivos para reclamar.

Isso tudo aconteceu em 2011, numa época em que o 360meridianos nem existia. A viagem para a África do Sul foi a minha primeira ao exterior. E, quando penso nisso, não tenho dúvidas: foi uma das melhores que já fiz. Já escrevemos muita coisa sobre nosso principal destino no país – Cape Town, também conhecida como Cidade do Cabo -, mas até hoje não tínhamos nenhum post sobre uma forma prática e bem simples de viajar por lá: o Baz Bus.

onde ficar em cape town

Cape Town

Apesar de ser um país lindo, a África do Sul tem os problemas típicos de uma nação em desenvolvimento, aquele tipo de coisa que brasileiros conhecem tão bem. A infraestrutura não é das melhores e o sistema de transporte público pode ser um desafio. Foi dentro desse contexto que um ex-mochileiro, se é que isso existe, abriu o  Baz Bus, em 1995.

A ideia é simples: um ônibus para mochileiros, mais ou menos como o Nôitibus Andante, aquele ônibus para bruxos de Harry Potter. Mas (infelizmente) sem os bruxos. Você compra um ticket, define seu ponto de partida e reserva seu lugar no veículo. A partir daí, o ônibus faz o percurso pelas principais cidades turísticas na África do Sul, com paradas em cada uma delas. Você desce onde quiser e pega o próximo veículo quando quiser, para seguir viagem. O ônibus deixa os viajantes já na porta do hostel ou hotel – são centenas de paradas possíveis ao longo do trajeto.

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Cape Town

Embora seja necessário reservar seu lugar no veículo 72 horas antes, o serviço não deixa de ter uma certa flexibilidade – tem gente que desce antes do previsto, ao descobrir um lugar que não tinha entrado no roteiro, mas que parece interessante. E tem quem resolva continuar no ônibus e descer mais para frente, depois de uma conversa com outros viajantes.

Achei a ideia do Bazz Bus tão interessante que fiquei pensando por que não há algo assim no Brasil (pelo menos não que eu conheça). Já imaginou uma linha de ônibus voltada para mochileiros, parando de hostel em hostel e cruzando o Brasil de Norte a Sul? Facilitaria a vida do viajante econômico e independente.

Mas voltemos ao Baz Buz: o serviço tem vantagens e desvantagens.

As vantagens do Baz Bus

Ponto de parada na porta do seu hostel/hotel – Você não chega na estação de trem/rodoviária e tem que descobrir como chegar ao hotel de transporte público. O ônibus já te deixa no local exato e o motorista tem o cuidado de te levar até lá, sem erros e em segurança.

Facilidade para conhecer outros viajantes – Esse serviço é focado no mochileiro. Por isso, o ônibus está sempre cheio de pessoas de todas as partes do globo. É uma chance de conhecer gente e uma ótima possibilidade para quem viaja sozinho.

Sem perrengue – Eu já mochilei inúmeras vezes por conta própria e sei as vantagens de fazer tudo de forma independente. Há algo de único em usar o sistema de transporte público local. Mas não dá para negar que viagens assim envolvem muitos, mas muitos perrengues. E o Bas Bus te livra disso.

Port Elizabeth, baz bus

Port Elizabeth (Foto: Ngrund, Wikimedia Commons)

As desvantagens do Baz Bus

Os percursos são limitados – Há os trechos Cape Town – Port Elizabeth (mais curto), Cape Town – Durban e Cape Town – Joanesburgo (o mais longo). Todos eles podem ser feitos nos dois sentidos e você pode escolher as paradas que você quiser ao longo do percurso. Por outro lado, boa parte do país não é coberta pelo Baz Bus. E nem todos os trechos tem saídas diárias, o que requer planejar os deslocamentos e hospedagem com cautela.

Não espere o maior conforto do mundo – O transporte é  feito em ônibus bons, mas simples. O foco é o viajante econômico. São veículos para até 19 passageiros, com TV e DVD e capacidade até para levar bicicletas – mas é necessário avisar que você pretende fazer isso.

Sem perrengue.  Você teria uma experiência bem mais local se optasse por usar transporte público comum. No Bas Buz, você certamente conhecerá pessoas, mas serão outros estrangeiros. Não que isso seja um problema, mas é bom estar ciente.

Durban, Árica do Sul

Durbar (Foto: Simisa, Wikimedia Commons)

Como funciona o Baz Bus

Você pode comprar o passe para um dos três trechos listados acima e fazer quantas paradas quiser ao longo foi caminho. depois, basta marcar a data em que você pegará o próximo ônibus e onde será a próxima parada.

Além do trecho, o preço varia de acordo com a duração do passe. Você pode comprar o passe para 7, 14 ou 21 dias. Também há uma versão sem prazo máximo, a Hop-On Hop-Of. Não há limite de tempo para você completar a viagem caso opte por esse passe. Se quiser, você pode parar nas 40 cidades por onde o Baz Bus passará.

Preços (Modalidade, Hop-On Hop-Of, sem data limite para acabar a viagem):

Cape Town – Port Elizabeth (o trecho mais curto) Somente ida: 1950 rands. Ida e volta: 2600 rands

Cape Town – Durban Somente ida: 3750 rands. Ida e volta: 5625 rands

Cape Town – Joanesburgo (o trecho mais longo) Somente ida: 4500 rands. Ida e volta: 6750 rands

Preços: (Modalidades com limite de tempo):

Você faz todo o percurso do ônibus, passando por 40 cidades e equivalente ao trecho mais longo da modalidade anterior. Mas tem limite de tempo para completar a viagem: 7, 14 ou 21 dias. O passe de 7 dias custa 2100 rands, o de 14 dias custa 3400 rands e o de 21 dias custa 4200 rands.

Veja detalhes e saiba como comprar seu passe no site oficial. Também é possível fazer isso quando você chegar lá, em muitos hostels, hotéis ou no escritório do Bas Buz.

*Foto: Joanesburgo, Dylan Harbour, Wikimédia Commons

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360meridianos

Mochilão pela América do Sul: Copacabana e La Paz

Voltamos de Machu Picchu no início da tarde. Como o trem para Ollantaytambo só sairia às 19h (Inca Rail), resolvemos andar pelo vilarejo de Águas Calientes, onde almoçamos e depois fomos visitar a feira de artesanatos que fica próxima à estação. O trem partiu pontualmente e assim que chegamos em Ollantaytambo às 20h30, já tinha um micro-ônibus nos esperando para prosseguirmos até Cusco. Chegamos em Cusco super cansadas, por volta das 23h, o que nos fez ir direto para o hostel tomar banho e dormir (continuamos hospedadas no Pirwa Hostel Colonial).

No outro dia compramos as passagens para Copacabana, cidade da Bolívia, pela empresa Huayrur Tours ($ 55 soles). Seria nosso penúltimo destino antes de retornar para o Brasil. Copacabana é a principal cidade tida como base para fazer os passeios ao Lago Titicaca, que recebe o título de lago navegável mais alto do mundo. O ônibus parte de Cusco à noite (22h30), viaja a madrugada inteira, fazendo uma parada em Puno e chegando pela manhã. Em Copacana não há rodoviária, o ponto final do ônibus fica na rua, a poucas quadras da orla do lago.

6-Moradores de Copacabana

Moradores de Copacabana

Nós desembarcamos, ficamos meio desnorteadas, mas logo encontramos um hotel disponível e super arrumadinho de frente para o lago (Hotel El Mirador – 50 bolivianos por pessoa para três noites). Fizemos o check-in e fomos dar uma volta para almoçar o famoso prato típico da região, a truta.

O passeio mais famoso de Copacabana é o da Isla del Sol. Na orla do lago há um monte de empresas que oferecem o serviço e os valores são muito parecidos. Optamos por fazer o passeio no dia seguinte para o Norte e Sul da ilha com a empresa Andes Amazonia (pagamos 35 bolivianos por pessoa). Tinha chovido muito na noite anterior e o dia amanheceu, digamos “tempestuoso”. Mesmo assim fomos para o cais, na dúvida se fariam ou não o passeio. Tivemos que esperar algumas horas até que a marinha liberasse a navegação.

1-Barcos que fazem o passeio

Foi o dia mais tenso de todo o mochilão. Pegamos um barco todo remendado e as ondas do lago eram tão imensas e agitadas que de tempos em tempos era preciso olhar o nível da água que entrava pelo casco. Em certo momento da travessia, uma dessas ondas gigantescas quebrou dentro do barco, quebrando o vidro e machucando algumas pessoas. Foi o auge do pânico de toda a tripulação, já que havia entrado muita água e estávamos completamente desprotegidos. Além disso, o barco navegava no meio do lago, a vários quilômetros da costa e sem conseguir se aproximar.

O piloto do barco resolveu seguir viagem, mas a tensão era nítida. Nessa hora, a maioria dos turistas já estava chorando e vomitando, inclusive duas das nossas amigas. Acho que a travessia dura cerca de duas horas, mas sob o medo intenso e as péssimas condições de navegação, certamente para gente deve ter durado umas três horas ou mais. Foi desesperador. Depois de muito estresse, finalmente chegamos na parte norte da ilha. Ficamos um momento nos recuperando, e depois um morador local se ofereceu para guiar o grupo (óbvio que cobrou da gente depois – $ 10 bolivianos).

5-Sobreviventes

As sobreviventes

Para entrar na ilha é necessário pagar uma taxa de visitação  de $ 10 bolivianos e o passeio é muito interessante. Apenas eu e Jo fizemos a caminhada que cruza boa parte da ilha passando pela Roca Sagrada, Mesa de Sacrifício e o Laberinto (Chincana). As meninas estavam passando mal (outras duas não fizeram o passeio) e resolveram ficar no cais do porto. A paisagem vista do alto é estonteante. O local é repleto de histórias e ruínas e é tido como um lugar sagrado dos Incas.

2-Isla del Sol2 3-Isla del Sol 3 (2) 4-Isla del Sol 3

Valeu a pena, com certeza. Foi mágico e a energia do lugar é incrível, assim como todos os outros lugares sagrados pelos quais passamos. Depois do passeio, o barco retornou para Copacabana no final da tarde (devido ao atraso de saída não foi possível caminhar até a parte sul). Na volta, o lago estava bem menos agitado, de modo que nem sentimos muito o barco balançar. Logo já estávamos em terra, sãs, salvas e muito felizes.

É interessante dizer (e só ficamos sabendo quando chegamos em Copacabana), que os tradicionais passeios nas ilhas flutuantes e nos barquinhos de tora-tora só são feitos em Puno, o lado peruano do lago Titicaca. Ficamos desapontadas, mas serviu de estímulo para retornarmos algum dia.

Cidade de Copacabana 8-Vista de Copacabana_2

La Paz

Ficamos sabendo durante a viagem que La Paz é uma cidade grande e muito violenta. Lemos muito a respeito e vários dos relatos eram negativos. Como ainda restavam alguns dias até irmos para Santa Cruz, de onde partiria o voo para o Brasil, preferimos ficar mais dias em Copacabana, que é mais tranquila do que em La Paz. Ficamos três dias e meio no total. Tiramos para descansar já que, além do passeio às ilhas, não há muita coisa a se fazer por lá.

Pegamos o ônibus para La Paz no início da tarde (Vicuña Tours, $ 25 bolivianos + $ 2 bolivianos para atravessar na balsa). Por lá ficamos apenas dois dias (Loki Hostel – $ 60 bolivianos a diária), o suficiente para andar no centro e nas feirinhas recomendadas, como o Mercado das Bruxas. Como já estávamos no limiar do cansaço e já sem dinheiro, não fizemos os passeios tradicionais como o Dowhill, Vale de la Luna e o Chacaltaya.

La Paz

No dia seguinte, pegamos o ônibus para Santa Cruz. A grande surpresa foi saber que várias das estradas estavam bloqueadas por manifestantes contra ações do governo. E o ônibus que sairia na hora do almoço, só saiu no início da noite. Assim, nossa viagem atrasou por mais de 6 horas, o que resultou na perda do voo em Santa Cruz, sendo o único transtorno de toda a viagem, já que tivemos que comprar outra passagem para o dia seguinte (num valor absurdo) e dormir no aeroporto. Mas no fim deu tudo certo e conseguimos embarcar. Cada uma num horário e para destinos diferentes, foi assim a nossa despedida.

E, desse modo, se encerrou nosso Mochilão pela América do Sul. Graças a Deus nossa experiência foi a melhor possível. Estivemos sempre muito bem protegidas e não tivemos nenhuma experiência negativa para contar. Ao contrário, essa viagem mudou completamente nossa percepção da vida e eu voltei de lá profundamente deslumbrada. Espero grandemente que todos se sintam motivados a fazer essa viagem um dia. Ela é realmente maravilhosa do início ao fim.

Espero também que tenham gostado dos relatos. Até a próxima!

Informações adicionais

Esse post faz parte da série “Mochilão pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru“. Não deixe de conferir todos os outros posts publicados:

Mochilão de 25 dias pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru

A passagem por Sucre

A chegada em Uyuni

O primeiro dia no Salar de Uyuni

O terceiro dia no Salar de Uyuni

San Pedro do Atacama

Arequipa

Cusco e Machu Picchu

Across the Universe

Mochilão pela América do Sul: Cusco e Machu Picchu

De volta à Arequipa depois de fazer o passeio do Cânion Del Colca, já pegamos nossas bagagens que estavam guardadas no escritório da agência de viagens e fomos direto para a rodoviária. Como havíamos aprovado o serviço da Arequipa Tours, resolvemos fechar também com eles o deslocamento até Cusco, o nosso próximo destino. Eles nos venderam a passagem da empresa Enlaces, que nos custou 90 soles a semi-cama e 120 o bus cama.

Também fechamos com eles o tour para Machu Picchu (2 dias e uma noite) que incluía o transfer de Cusco para Ollantaytambo, o trem de Ollantaytambo para Águas Calientes (Inca Rail, 50 dólares), o hostel em Águas Calientes, um almoço no primeiro dia, o ônibus de subida e descida a Machu Picchu (19 dólares), o ingresso de entrada (126 soles), o guia turístico e o retorno para Cusco (trem + transfer). Embora eu não lembre o preço total que pagamos (ok, eu sei que vocês vão me matar, mas realmente não achei minhas anotações sobre o valor pago), foi um ótimo negócio, pois nos poupou de muitas coisas, inclusive da preocupação de reservar a entrada a Machu Picchu, que é limitada.

De Arequipa a Cusco gastamos em torno de 12 horas de viagem. Embarcamos 20h30 e chegamos pela manhã. Na rodoviária pegamos um táxi para a região da Plaza de Armas, onde se localiza grande parte dos hostels. Depois de muito procurarmos, finalmente achamos um quarto disponível no Pirwa Backpackers Colonial (28 soles o valor da diária), localizado em frente a Plaza San Francisco e a duas quadras da Plaza de Armas. Muito bom e super recomendado.

1-Cusco_plazadearmas

Em Cusco, ficamos dois dias antes de ir para Águas Calientes. Cusco tem uma atmosfera única e badaladíssima. Foi bem diferente das outras cidades que passamos. Foi lá onde a gente encontrou pessoas do mundo inteiro e onde mais tinha festas nos hostels e nas boates. As mais animadinhas do nosso grupo foram todos os dias para a balada. E as outras preferiram dormir. Além da vida noturna agitada, há muito que se fazer durante o dia.

À tarde, no mesmo dia em que chegamos, fizemos o city tour de 1h30 (15 soles) que leva à algumas ruínas incas do entorno de Cusco, além de apresentar museus, igrejas e conventos que existem na cidade. Foi bem legal. O relato completo sobre esse tour já foi feito aqui nesse post!

1-Cusco e Machu Picchu

No dia seguinte, fizemos outro passeio maravilhoso… dessa vez ao Vale Sagrado dos Incas (20 soles o passeio + 20 soles o almoço). O tour durou o dia inteiro e visitamos várias ruínas e comunidades. Inexplicável a energia de cada um dos lugares que passamos e das histórias que aprendemos.

1-Vale Sagrado

No terceiro dia fomos bem cedo para Ollantaytambo. É de lá que partem os trens para Águas Calientes, a cidade base para Machu Picchu. Pegamos a van a duas quadras do nosso hostel, e junto com outros turistas fomos direto para lá. O trem da empresa Inca Rail saiu as 11h15 e a viagem durou pouco mais de 1h30. Na estação de trens, um funcionário do Hostel Las Rocas já estava nos aguardando. Como a cidade é bem pequena, tudo se faz a pé. Algumas quadras depois e já estávamos fazendo o check-in no hostel.

1-Trajeto de trem para Aguas alientes

Depois de deixarmos nossa bagagem fomos almoçar e conhecer a cidade, que é rodeada pelas montanhas e é bem pitoresca e diferente. Super pequena, mas com uma ótima estrutura voltada aos turistas. Recomendamos que fique pelo menos um dia lá, pois o bate e volta a Cusco é muito intenso e cansativo.

1-Aguas_calientes

No outro dia partimos para Machu Picchu nas primeiras horas da manhã. Nosso guia foi nos buscar no hostel e nos acompanhou em todo o percurso. Achei bem interessante a ideia de visitar as montanhas sagradas acompanhada de um guia porque a gente aprende muita coisa. Dessas que dificilmente se vê em livros ou em sites de viagem. Muito bom!

Machu Picchu

O que posso dizer sobre Machu Picchu? Confesso que tentei achar palavras para descrever minha sensação. Então lembrei dos preceitos de uma antiga filosofia oriental que aprendi lendo em um livro: “sem palavras, sem explanações, sem instruções, sem conhecimento. No momento em que se fala sobre uma coisa, perde-se o seu significado”.

  Machu Picchu

O sentido é que a verdade absoluta não pode ser retratada, pois ela está no seu inconsciente. Misticismos à parte, o que quero dizer é que nunca senti nada igual, nem sequer ao menos parecido.

Machu Picchu

A energia de Machu Picchu é realmente incrível. Por mais que eu possa dizer alguma coisa, e vocês leitores possam imaginar, não chegará nem perto do que significa aquele lugar. Portanto, o meu conselho é que todo mundo precisa ir um dia. Vá e sinta.

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No próximo post falo sobre nossa experiência no Lago Titicaca. A viagem está acabando! rs

Informações adicionais

Esse post faz parte da série “Mochilão pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru“. Não deixe de conferir todos os outros posts publicados:

Mochilão de 25 dias pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru

A passagem por Sucre

A chegada em Uyuni

O primeiro dia no Salar de Uyuni

O segundo dia no Salar de Uyuni

O terceiro dia no Salar de Uyuni

San Pedro do Atacama

Arequipa

Across the Universe

Dijon: um roteiro pela cidade que é a porta de entrada aos vinhos da Bourgogne

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Dijon é uma das cidades mais bem preservadas da França, escapou praticamente ilesa das grandes guerras e hoje guarda belas obras dos períodos gótico e renascentista. Apesar de ser considerada uma cidade grande para os padrões da Bourgogne, a capital administrativa da região conserva ares de uma mini Paris (com uma ou outra fachada germânica) e funciona como a porta de entrada para a rota dos vinhos.

Eu fiz uma passagem-relâmpago por Dijon d…

Viaje na Viagem